Escrevi ouvindo: "A Falta que a Falta Faz", do Jay Vaquer
Não consigo dormir. Minha cabeça está a mil. Pessoas, fatos, lugares... Nada disso sai de mim. E não são assuntos fixos. Cada hora aparece um tema novo para me atormentar. Ou pra me aliviar. A cada problema que aparece, o anterior vai ficando distante, vai se tornando menos importante, parece até mais fácil. Mas o conjunto de todos é um Sudoku. Daqueles super difíceis de se solucionar. Na verdade, nem sei por onde começo a resolver. Aliás, não sei nem o que devo fazer ou se realmente devo solucioná-los. Se devo deixar quieto para que esses pensamentos se cicatrizem como as mágoas que já foram. Se continuo remoendo ou tento seguir a vida em frente, sem pensar nisso. Mas como não pensar? Até nesse momento de descanso, que eu deveria estar relaxado e pensando só em coisas boas, me vem isso na cabeça. Mas, quem disse que não é coisa boa? Tá legal que isso tá me impedindo de dormir e já vi que amanhã vai ser um - mais um- dia improdutivo na minha vida. Fazer o que? Parece que a inspiração já acabou. Ou melhor, as ideias estão passando tão rapidamente pela minha cabeça, pelos meus olhos, como se elas estivessem passando bem aqui na minha frente, agora, na velocidade da luz. E é cada coisa nova, diferente... Coisa que eu nem lembrava que tinha acontecido comigo... Ou será que aconteceu e eu pensei que estava sonhando? Mas parece tudo tão real, mesmo aparecendo cenas que não me imagino nelas. Pô, passei por quase tudo nesses vinte anos de idade. Principalmente nesse último ano. Minha vida, de regrada e estagnada, virou de pernas pro ar. Mudou, eu mudei. Completamente. E não foi só uma vez. Diversas vezes tive que me adaptar a situações totalmente distintas umas das outras. Voltar, mudar, nunca tive medo. Nunca tive medo de crescer, de me arrepender, de me adaptar para tentar me sentir melhor. Às vezes nem sempre isso é possível, mas vou do pressuposto que toda tentativa de fazê-lo é válida. E isso não posso me arrepender de não ter feito, sem medir as consequências. Mas do contrário, não mesmo.
Dizem que quando você vê sua vida passar toda diante dos seus olhos, como em flashes, é porque você está prestes a morrer. Mas não me sinto assim. Me sinto mais vivo do que nunca. Pulso por vida. Tenho ânsia de viver. De fazer tudo que eu não fiz e sempre tive vontade. Ou nunca tive vontade e, de repente, me dá a louca e resolvo ter. Aprender mais, crescer, investir, ousar! Tudo sem medo de ser feliz. Isso é a vida.
Consegui transformar aqueles pensamentos que me atormentavam - e ainda ameaçam atormentar - em uma coisa boa. Conclui que esses pensamentos fazem parte da vida, nos fazendo grandes, não de tamanho, mas de maturidade e de experiência social. A superação ou análise dessas ideias nos fazem ter uma melhor cabeça para aguentar com força essa luta de viver, que não é nada fácil.
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