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sábado, 5 de julho de 2014

X e Y


A questão é que preciso passar a preocupar mais comigo. Fazer mais as coisas que eu gosto, quero e tenho prazer. Não me importar muito, talvez, em você ou se você iria achar.  Lógico, você sabe que eu sou certo, nunca faria algo pra te machucar. Mas se eu não fizer desse jeito, sou eu quem vou me machucar. Aliás, já estou me machucando com isso. Todas aquelas vezes que eu fico chateado sem motivo aparente é nisso que estou pensando. Gosto muito de você, te amo, de verdade. Mas eu não posso ficar esquecendo que eu ainda sou eu. Isso tudo tá me segurando muito, às vezes não faço alguma coisa justamente pelo medo de você não gostar ou não me aprovar na atitude. Eu só queria ter a minha individualidade, não queria ser mais o X namorado do Y. Queria ser o X, que dentre outras coisas, namora o Y, além de gostar de azul, de televisão e ir ao cinema. Não tiro minha parcela de culpa nisso. Sei que devia me impor mais, falar mais minha opinião, mas, sei lá, fico com medo de você achar ruim. Só que isso me frustra muito. Às vezes, penso você viria com uma surpresa, de fazermos alguma coisa que eu gosto ou sei lá, de você perceber tudo que está acontecendo. Mas outro erro meu é pensar que você pensaria desse jeito, do meu jeito. Ninguém pensa do mesmo jeito e eu acho que esse é um dos motivos que estou ficando mais chateado ultimamente. Tento não esperar nada de ninguém, principalmente de você, mas isso é meio impossível num relacionamento. Deposito muita coisa em você e talvez você não traz o que eu espero de volta pra mim. Eu não quero te fazer sofrer, mas também não quero minhas expectativas sejam jogadas ao vento. Realmente não sei...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Anel



Finalmente hoje fui ver tudo o que me devolveu depois que terminamos. No meio de tanta coisa inútil, que eu nem sentia falta, um anel. Um anel de plástico vermelho. Um anel daqueles que se dão pra meninas de cinco anos sonham em ser princesas, um dia. E junto desse anel, um papelzinho escrito "Obrigado por tudo!". Fiquei sem reação. Já se passou tanto tempo desde que terminamos e só agora, quando penso que tá tudo pelo menos mais ou menos bem comigo, vejo isso. Não esperava. Até mesmo porque mandei se afastar de mim. E, me conhecendo sei que não falei isso de um modo gentil. Mas você vai lá e me desobedece. Justo quando eu penso que já estou bem e pronto pra outra. Esse anel de plástico vagabundo só me fez recordar de que ainda não me esqueci de você e isso ainda vai demorar pra acontecer. Que outras surpresas você tramou pra mim? Será que você faz isso só pra me manter sob seu domínio? Pra ter certeza de que ainda penso em você em boa parte do meu dia? Mas tenho certeza que não. Pelo tanto que conheço de você e por tudo que vivemos eu sei que você não seria capaz disso. Talvez a culpa seja até minha. Culpa de sempre procurar em cada canto do meu quarto ou em cada situação algo, que seja pequeno, que me lembre de você. Culpa de não conseguir tirar você da cabeça mesmo com mil outras pessoas aos seus pés. De você ainda ser o único que quero. Ou de você ser o único que eu tento não querer, por todo esse sofrimento. E deve ser por isso, pelo fato de que eu não posso te ter de novo, que a cada dia te quero mais e mais. Queria ter pelo menos a coragem de poder te falar isso agora, cara a cara. Mas sei que assim eu só me sentiria pior. O que me resta é esperar o tempo curar e apagar de vez sua triste e feliz memória da minha cabeça.