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terça-feira, 26 de abril de 2011

Lira dos 20 anos

Escrevi ouvindo: "A Falta que a Falta Faz", do Jay Vaquer
Não consigo dormir. Minha cabeça está a mil. Pessoas, fatos, lugares... Nada disso sai de mim. E não são assuntos fixos. Cada hora aparece um tema novo para me atormentar. Ou pra me aliviar. A cada problema que aparece, o anterior vai ficando distante, vai se tornando menos importante, parece até mais fácil. Mas o conjunto de todos é um Sudoku. Daqueles super difíceis de se solucionar. Na verdade, nem sei por onde começo a resolver. Aliás, não sei nem o que devo fazer ou se realmente devo solucioná-los. Se devo deixar quieto para que esses pensamentos se cicatrizem como as mágoas que já foram. Se continuo remoendo ou tento seguir a vida em frente, sem pensar nisso. Mas como não pensar? Até nesse momento de descanso, que eu deveria estar relaxado e pensando só em coisas boas, me vem isso na cabeça. Mas, quem disse que não é coisa boa? Tá legal que isso tá me impedindo de dormir e já vi que amanhã vai ser um - mais um- dia improdutivo na minha vida. Fazer o que? Parece que a inspiração já acabou. Ou melhor, as ideias estão passando tão rapidamente pela minha cabeça, pelos meus olhos, como se elas estivessem passando bem aqui na minha frente, agora, na velocidade da luz. E é cada coisa nova, diferente... Coisa que eu nem lembrava que tinha acontecido comigo... Ou será que aconteceu e eu pensei que estava sonhando? Mas parece tudo tão real, mesmo aparecendo cenas que não me imagino nelas. Pô, passei por quase tudo nesses vinte anos de idade. Principalmente nesse último ano. Minha vida, de regrada e estagnada, virou de pernas pro ar. Mudou, eu mudei. Completamente. E não foi só uma vez. Diversas vezes tive que me adaptar a situações totalmente distintas umas das outras. Voltar, mudar, nunca tive medo. Nunca tive medo de crescer, de me arrepender, de me adaptar para tentar me sentir melhor. Às vezes nem sempre isso é possível, mas vou do pressuposto que toda tentativa de fazê-lo é válida. E isso não posso me arrepender de não ter feito, sem medir as consequências. Mas do contrário, não mesmo.
Dizem que quando você vê sua vida passar toda diante dos seus olhos, como em flashes, é porque você está prestes a morrer. Mas não me sinto assim. Me sinto mais vivo do que nunca. Pulso por vida. Tenho ânsia de viver. De fazer tudo que eu não fiz e sempre tive vontade. Ou nunca tive vontade e, de repente, me dá a louca e resolvo ter. Aprender mais, crescer, investir, ousar! Tudo sem medo de ser feliz. Isso é a vida.
Consegui transformar aqueles pensamentos que me atormentavam - e ainda ameaçam atormentar - em uma coisa boa. Conclui que esses pensamentos fazem parte da vida, nos fazendo grandes, não de tamanho, mas de maturidade e de experiência social. A superação ou análise dessas ideias nos fazem ter uma melhor cabeça para aguentar com força essa luta de viver, que não é nada fácil.
 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Máscara


Escrevi ouvindo: "Libetad", do Christian Chávez com participação da Anahí
Tempinho sem escrever, hein?! Outro dia comecei um texto, mas aí chegou uma aula importante, que eu não me lembro qual -deve ser física- e acabei perdendo o papel. Bom, quando eu achar, termino, como se vocês não soubessem disso que falei. Vai marcar a atemporalidade.
Estive pensando de como a seriedade nos faz vestir máscaras para que a gente se adeque a ela. Seja por medo do preconceito, ou a partir de atitudes que tomamos, ou pela profissão que seguimos. Acho que todo mundo, sem tirar ninguém, veste essas máscaras. É uma pena, porque nosso mundo já é tão distinto quanto a etnias e sexualidades, que a diferença de opiniões e jeitos e costumes só nos vão fazer crescer mais. Triste que ninguém tem coragem que tirar essa fantasia. Tudo por receio de ser detonado pelo resto. Não tiro a minha culpa. Também visto muito disfarces, omito, e, muitas vezes, minto ou ignoro. Tudo isso pra me sentir parte integrante.
E quer saber?  Mesmo fazendo isso tudo, acabo não me sentindo parte do todo. Por medo mesmo. Medo de não estar usando as máscaras adequadas, do jeitinho que a sociedade manda. Ou até pela própria sociedade. A gente esconde tanto, se faz tanto, que ela mesmo trata de nos rejeitar. Então, como fazer?
Não sei, já cansei de tentar entender esse mundo que a gente vive. Nós deixamos de fazer o que realmente gostamos para nos sentirmos acolhidos perante ao resto, mas o resultado: acabamos sendo ainda mais rejeitados. Parece que nos ignoram pelo simples fato de que vestimos essa armadura. E se a gente não vestisse?
Somos condicionados desde pequenos a saber como agradar as pessoas, não importando vai contra os nossos princípios. Com isso, ficamos com medo de nos apresentarmos do jeito que somos. Ficamos com medo de desapontar o outro, com medo de chocá-lo com nosso verdadeiro "eu". Só que não estamos aqui somente para agradar o outro. Estamos aqui, principalmente para nós mesmos. Temos, é claro, que preocupar com o outro também. Mas a vida é nossa. E nos escondendo, vamos acabar nos tornando infelizes. E o principal dessa vida, portanto, não é alcançado. O outro que trate de nos aceitar como somos. E nós temos o dever também de aceitá-los, ou melhor, de nos aceitarmos mutuamente. 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Digital Monsters

Escrevi ouvindo: "Fugindo de Mim", do Wilson Sideral
Aula de redação. Nada mais justo que escrever, né? Mas acho tão chato esses temas que nos obrigam a dissertar sobre. Aliás, odeio dissertação. Odeio ficar me escondendo, expondo minha opinião, mas não mostrando minha cara. Sou muito mais um artigo de opinião ou uma crônica. Até acho que o que escrevo aqui pode ser considerado uma crônica. Crônica de um quase adulto aprendendo a viver. Ou é um gênero novo que não inventaram ainda. Quer dizer, mentira, já inventaram sim, só tô moldando ele ao meu jeitinho.
Jeitinho esse que me leva a cada lugar! Não sei onde eu vou parar. Porque se eu escrevo muito, acho que mostrei demais minha vida. Quando escrevo pouco, já fico com vontade de escrever de novo, porque penso que não cheguei no meu objetivo. E é isso.
Colocar boa parte da sua vida, ou uma parte importante, na Internet é algo muito arriscado. Não só através de blog. Por qualquer rede social... Ou por algum site acadêmico... sei lá. Você acaba vivendo mais a sua vida virtual do que a real. Fica dependente disso. Já quer saber se alguém veio falar com você ou colocou uma foto nova. Isso tudo poderia ser feito pessoalmente, mas a praticidade da Internet não nos deixam estabelecer essas relações de carne e osso. E cada vez mais aparecem novidades na rede. Novidades que nos prendem mais e mais. No fim de tudo, passamos uma boa parte de nossos dias na frente do computador. Tempo esse que muitas vezes a gente não tem disponível. Assim, sacrificamos uma parcela do intervalo que possuímos para passar mais tempo com o computador. Trocamos a convivência com o outro "real" pela convivência com uma máquina.
E de tão íntimos que estamos dela, já temos até amigos que moram longe. No Acre ou em outro país. E até nossos amigos reais estão se tornando virtuais. A falta de tempo é a grande culpada. Mas, se gastamos tanto tempo na Internet, por que não o utilizamos com encontros pessoais? É. Mais uma vez. Está comprovada aí a comodidade da Internet. Os amigos virtuais ou os reais virtuais compartilham tudo pelo twitter ou facebook e não ligam mais, não se vêem... Daí você passa a viver mais a sua vida na rede do que a sua vida de corpo. Você se transforma num vírus, num programa de computador.
Isso tudo se deve ao tanto de problemas que sentimos em nosso dia-a-dia. E tudo isso some quando estamos na Internet. Lá, nós podemos escolher o que fazer, as pessoas que iremos nos relacionar. Assim, tendemos a esquecer os problemas. Mas, tudo isso muda quando você aposta todas as suas fichas nela. A vida virtual vai se tornando tão parecida com a real que os problemas se tornam os mesmos. Tem gente que arruma namorado online, se decepciona. Ou há quem queira transportar aquilo que aprendeu com o computador para a vida real. E até quem fantasia muito sobre o mundo real. Nada disso dá certo. Porque, imagina, se uma vida já é difícil de se levar, imagine duas? Confesso que sou viciado, mas estou tentando mudar. Viver minha vida real em paz, ou virar de vez um digimon e entrar pro mundo dos bites.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dialética

Escrevi ouvindo "Rotina", da Thaeme Mariôto
Eu aqui mais uma vez na aula. Escrevendo sobre a vida. Não necessariamente da minha vida. Procuro juntar minhas experiências, colocando um pouco de dramaticidade, com coisas que imagino ou ouço por aí. Ou seja, meu texto não é totalmente biográfico. Talvez seja um roteiro que eu desejasse seguir na minha vida. Mas como nada do que planejo se concretiza, esse roteiro todo vai por água a baixo. Melhor, acho que não iria aguentar essa vida toda certinha, estabilizada. A confusão reina em mim.
Não sei, mas talvez eu iria gostar de ter uma vida monótona, sem grandes surpresas. Essas surpresas que acabam com nossos desejos, ou os alimentam ainda mais. Se a gente fosse condicionado à rotina, sem dúvida sofreríamos menos. Não iríamos nos decepcionar com as pessoas. Não teríamos novidades, estaríamos atrelados à realidade. E, quem sabe, seríamos mais felizes assim. Porque essas surpresas, essas fugas de rotina é que nos fazem sofrer. Então, se seguirmos uma meta, não saindo do caminho estabelecido, estaríamos construindo uma vida teoricamente mais feliz e sem preocupação.
Teoricamente. Pois a vida não é assim. Infelizmente. Ou felizmente. A monotonia iria nos matar antes do sofrimento. Ou melhor, a monotonia iria nos causar um sofrimento tamanho. Maior do que a gente já sofre nessa vida de altos e baixos.