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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eu, pós-moderno

Aprendendo, reclamando e pedindo.
Nunca ouvi falar tanto em pós-moderno como hoje. Tudo bem que meu curso de Comunicação exige esse conhecimento. Mas será que precisava ser tão explícito assim? Em todas as matérias, não é possível! Antes fosse só durante a aula... Sou obrigado a ouvir falar desse termo em todos os meios de comunicação e até mesmo naquelas coloquiais que a gente ouve no ônibus. Tudo bem que a maioria das pessoas não tem noção do significado do termo "pós-moderno" em si, mas falam sobre ele todos os dias, o dia todo, sem se darem conta, inclusive. É quase impossível de se escapar dele. Tudo o que eu queria é que mudassem esse maldito assunto!
Mas vejo que apesar dele ser discutido o tempo todo e causar o meu cansaço, não consigo viver num mundo que não seja pós-moderno. Nasci nele e acho que morrerei nele. Abuso dos sentidos, exploro ao máximo meus sentimentos. Gosto de mudança, sou, inclusive, muito instável. Até meus relacionamentos são a cara do pós-moderno. Instáveis, mutáveis, rápidos. Então, sou a cara daquilo que não gosto?

Eu sou a resposta que procuro.
Eu sou o pós-moderno! Não conheço ninguém que represente tão bem o seu tempo como eu. E uma pessoa que, mesmo concordando e amando as características provenientes desse período, não aguenta mais falar sobre ele. Tem coisa mais pós-moderna do que isso?
 Eu sou a certeza do meu mundo.
E se, repentinamente, mudássemos de período? Seria fácil me adaptar? Acho que não... Mas, e quando eu me adaptasse? Será que aguentaria a intensa fala sobre esse período imaginário? Não consigo nem pensar nisso, nem planejar meu futuro. Aliás, essas suposições são tão pós-modernas! É, definitivamente nasci para o pós-moderno! Não me adaptaria mesmo a outro tempo.
 Hoje eu vou enfrentar minha dor.
E assim continuo sendo eu. Sendo exemplo feliz e infeliz do atual, renegando e afirmando seu próprio destino.
Vou viver, merecer meu amor.
 "Eu Sou (Vertigo)" - Wanessa

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