Sabe quando você está tão bem com você mesmo que suspeita que algo rapidamente vai aparecer e acabar com aquilo tudo? Quando está tudo tão perfeito demais pra ser verdade? É isso que sinto nesse exato momento. Minha vida estava até boa demais pra ser verdade. De repente, me vem um sentimento de que não pertenço mais nesse lugar mais. Um lugar em que eu, realmente, tento não ser eu mesmo. Na verdade, quatro exatas paredes em que eu não posso ser eu mesmo. Me sinto preso, acuado. Evitar comentários, falações no ouvido, preconceitos... Tenho que me despir de tudo que sou na realidade pra ficar aqui. Cada deslize, cada comentário fora dos limites previamente impostos pelos demais, sejam um ou dois, que temem a reação dos outros, é duramente castigado. Um castigo que não é exatamente explícito, mas é sentido por mim, por todas as células do meu corpo. Seja por meio de olhares repressores, ou até indiretas, que soam para os meus ouvidos como mais diretas possíveis, mais do que uma verdade dita na cara, sem floreios. E é isso que me mata mais. Antes uma conversa aberta, antes um diálogo. Mas nunca tive isso, pra falar a verdade eu acho que nem sei o que é isso. Tudo aqui foi muito imposto, obrigado, tudo pra passar uma imagem, falsa, de perfeição, que está longe de ser verdade. Não por quem eu verdadeiramente sou, pois nunca fiz mal a ninguém sendo assim. Mas ninguém é perfeito por completo, puritano ao extremo e correto o tempo todo. Às vezes temos que assumir que erramos, o que é natural do ser humano, como eu já fiz inúmeras vezes. E se nunca houver esse sentimento de arrependimento, como fazer? É isso que eu vivo a maior parte dos meus dias. Parece que nesse lugar, que eu deveria chamar de lar e utilizá-lo para recarregar minhas energias, só me faz mal, só me faz lembrar que não sou a pessoa que esperariam que eu fosse. Mas, e eu? E meus próprios desejos e vontades? Isso não conta mais? Pra mim contam, e muito. E não pretendo abrir mão deles pra que os outros possam se sentir realizados. Eles que procurem algo para suprir suas necessidades. E que não dependam de mim pra isso. A não ser que o desejo deles seja que eu fosse feliz. Aí sim, tenho um grande prazer em realizar. Não vou mudar um passo meu por ninguém. Só por mim mesmo. Me deixem aprender com meus erros e tentar consertá-los por minha conta. Não quero que ninguém viva minha vida por mim. Acho que já sou grande demais pra saber o que vai me fazer bem ou não. Quero apenas que vibrem com minhas próprias e tão desejadas vitórias, sabendo que elas serão boas pra mim, pelo menos naquele momento específico.
domingo, 23 de setembro de 2012
Eu e eu mesmo
Sabe quando você está tão bem com você mesmo que suspeita que algo rapidamente vai aparecer e acabar com aquilo tudo? Quando está tudo tão perfeito demais pra ser verdade? É isso que sinto nesse exato momento. Minha vida estava até boa demais pra ser verdade. De repente, me vem um sentimento de que não pertenço mais nesse lugar mais. Um lugar em que eu, realmente, tento não ser eu mesmo. Na verdade, quatro exatas paredes em que eu não posso ser eu mesmo. Me sinto preso, acuado. Evitar comentários, falações no ouvido, preconceitos... Tenho que me despir de tudo que sou na realidade pra ficar aqui. Cada deslize, cada comentário fora dos limites previamente impostos pelos demais, sejam um ou dois, que temem a reação dos outros, é duramente castigado. Um castigo que não é exatamente explícito, mas é sentido por mim, por todas as células do meu corpo. Seja por meio de olhares repressores, ou até indiretas, que soam para os meus ouvidos como mais diretas possíveis, mais do que uma verdade dita na cara, sem floreios. E é isso que me mata mais. Antes uma conversa aberta, antes um diálogo. Mas nunca tive isso, pra falar a verdade eu acho que nem sei o que é isso. Tudo aqui foi muito imposto, obrigado, tudo pra passar uma imagem, falsa, de perfeição, que está longe de ser verdade. Não por quem eu verdadeiramente sou, pois nunca fiz mal a ninguém sendo assim. Mas ninguém é perfeito por completo, puritano ao extremo e correto o tempo todo. Às vezes temos que assumir que erramos, o que é natural do ser humano, como eu já fiz inúmeras vezes. E se nunca houver esse sentimento de arrependimento, como fazer? É isso que eu vivo a maior parte dos meus dias. Parece que nesse lugar, que eu deveria chamar de lar e utilizá-lo para recarregar minhas energias, só me faz mal, só me faz lembrar que não sou a pessoa que esperariam que eu fosse. Mas, e eu? E meus próprios desejos e vontades? Isso não conta mais? Pra mim contam, e muito. E não pretendo abrir mão deles pra que os outros possam se sentir realizados. Eles que procurem algo para suprir suas necessidades. E que não dependam de mim pra isso. A não ser que o desejo deles seja que eu fosse feliz. Aí sim, tenho um grande prazer em realizar. Não vou mudar um passo meu por ninguém. Só por mim mesmo. Me deixem aprender com meus erros e tentar consertá-los por minha conta. Não quero que ninguém viva minha vida por mim. Acho que já sou grande demais pra saber o que vai me fazer bem ou não. Quero apenas que vibrem com minhas próprias e tão desejadas vitórias, sabendo que elas serão boas pra mim, pelo menos naquele momento específico.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Breve conto de uma relação
Se afastou dos seus amigos e começou a viver praticamente em função daquele quase namoro. Quase namoro porque oficialmente eles não tinham firmado nada, ainda. Ainda. Mas quem se importa, pensava ela, isso é só uma determinação da sociedade e não ligava pra isso. Pelo menos naquela época. Deixou de se empenhar nos estudos e teve que repetir duas matérias. Mas não se importava, o dia era 24 horas dedicadas àquele romance. Fazia de tudo para que aquilo desse certo. Fazia tanto que não via que seu companheiro nunca fazia nada. Sempre cancelava, falava que não podia sair, que tinha futebol... Lógico que ela ficava triste com tantas desmarcações, mas sempre realizava que cada um tinha que ter sua própria vida, mesmo ela matando a sua para que pudesse viver em função dele. Só faltava ela passar suas roupas e fazer seu trabalho! E ela ainda não percebia que o garoto não estava mais nem aí pra ela.
Até que, num belo dia, ela recebe um recado dele, que dizia que foi bom enquanto durou, mas que não daria mais. E o pior: ele já estava ficando sério com outra. Naquele momento, o chão sob seus pés se abriu e ela simplesmente começou a cair em queda livre. Não sabia mais o que fazer. Aqueles dois meses de inteira dedicação para chegar nisso! Todo aquele tempo jogado fora. E tudo por mensagem: isso era o fim pra ela! Nem para ele ser homem e vir falar que não queria mais! Não que isso fosse amenizar a dor em seu coração, mas que falta de consideração! E então começou incessantemente a se perguntar o que ela havia feito de errado em tudo aquilo. Isso uns três dias depois dela ter recebido a notícia, já que ela não conseguia nem sair da cama pra tomar um copo de água ou comer qualquer coisa. Finalmente se levantou. Olhou-se no espelho e viu: ela estava num estado deplorável! Havia deixado de se cuidar por ele, deixou de se preocupar consigo mesma para se preocupar logo com quem! Seu cabelo estava mais seco do que palha no sertão, seu rosto cheio de espinhas. Tinha engordado uns cinco quilos desde que começara aquele relacionamento. Estava triste, cansada, abatida. Nunca tinha ficado desse jeito. Ainda gostava dele, mas viu que não adiantava nada ficar se lamentando por aquilo que não fez ou que fez errado. Levantou-se da cama, foi malhar e começar uma nova vida. Diferente, esperava.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Quebra cabeças
terça-feira, 26 de junho de 2012
Dividida
Sabia que isso não era certo e que ela deveria escolher apenas um, pois acabaria ficando sem nenhum. Mas não sabia qual escolher. Alberto era daquele tipo machão, tinha, pelo menos, uns 500 kg só de músculos, pensava ela. Na cama, levava a garota às loucuras. Tratava a menina de modo rude, mas ela bem que gostava. A conheceu em uma boate e achou que essa história não iria render muito. Mas acabou ligando pra ela depois de alguns dias e pronto, já estavam juntos há quase dois meses.
Já com Carlos a história foi diferente. Depois de fazer um cadastro em um site de relacionamentos, Aline recebeu um e-mail de um cara, dizendo ser muito romântico e que adoraria constituir uma grande família, assim como a sua. Então, pagou pra ver, e mandou uma resposta. Após alguns dias de conversa, marcaram de se encontrar. Em um restaurante francês. O papo fluía naturalmente, coisa rara na vida da jovem. Ele tornava aquela conversa agradável e fazia com que a moça tivesse prazer em contar e saber da vida. Era carinhoso e ela gostava disso.
Cada um acrescentava algo que faltava na vida dela. Um, a mostrava como ser mulher, ser desejada fisicamente. Com o outro, ela via que podia ser interessante. Os dois apresentaram a ela dois lados que ela achou que nunca chegaria. E agora. Ela, nessa situação, não sabia o que fazer. Sabia que não podia enganar os dois, por mais que não tivesse nada sério com nenhum. Não era do seu feitio fazer isso. Mas não sabia qual escolher. Media qual dos dois traria o melhor resultado, mas nunca chegava até uma conclusão efetiva. Não podia escolher entre eles. Aliás, depois que viu que podia ser uma mulher diferente, não queria largar disso mais. E, depois que já tivesse feito a decisão? Como ficaria sem o fogo de um ou o carinho do outro? E como terminaria?
Sabia que Carlos choraria um bom tempo, era típico dele. Sentar e chorar. Essa era uma característica que Aline desprezava no pretendente. Por outro lado, Alberto iria até a casa dela e mataria Carlos. E talvez até sobraria pra ela. Isso também não era bom o suficiente pra ela.
Num momento parou e pensou. Percebeu que aquela situação toda estava matando-na. Refletiu se valia mesmo a pena tudo isso que estava vivendo para chegar a algo que ela podia chegar sozinha. Pensou e mais um pouco. Não ficaria com nenhum e voltaria a ser aquela velha Aline de sempre.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Elela
Ela, por sua vez, também não estava totalmente confiante no relacionamento. As brigas frequentes a abalavam. Mas, sobretudo, os momentos de indiferença que o parceiro tinha. Ela sempre buscava expressar o quanto estava gostando daqueles momentos em que passavam juntos. Mas ele raramente falava algo. Assim ficava difícil de a menina saber o que estava realmente se passando na cabeça dele. E só falar, falar, falar, cansava! Mas ela nunca deixava de elogiar o momento e de enfatizar o quanto estava gostando, na esperança de que ele falasse um simples “Eu também!”. Não que não estivesse passando por um momento muito especial na sua vida. Estava adorando ficar com ele, conhecer uma pessoa nova, conhecer uma nova realidade totalmente diferente da dela. Todos os elogios vinham de dentro, nenhum era forçado ou falado da boca pra fora. Ela até tentava esconder, mas sua felicidade era tamanha que ela não conseguia. Sua vontade era sair contando para o mundo todo que estava gostando muito dele. Mas, sabendo que isso era difícil, contava só para o próprio. Mas tinha decidido em ficar quieta, não falaria nada mais. Passaria fita adesiva se pudesse. Se não atrapalhasse nos beijos quentes que sempre tinham... Só que isso não tirava a eterna dúvida da garota: “Será que ele está mesmo interessado em mim ou será que só quer se divertir comigo?”. E ela não tinha um bom histórico em casos amorosos. Grande parte das pessoas em que ela se envolveu largou dela quando a situação estava sinalizando para ficar séria. Assim, foi forçada a criar certa barreira para casos amorosos. Suas amigas diziam que ela era alérgica ao amor, e ela, às vezes, concordava com tal adjetivo. Mas com ele não, ela não tinha medo de se entregar, de apostar. Sabia que essa era uma atitude arriscada, uma vez que se ela se decepcionasse, sua queda seria maior ainda. Mas não tinha medo de altura. Queria investir, pagar pra ver. Estava muito interessada naquele mundo novo, um mundo em que nunca estivera antes, um mundo em que a vontade de cantar e dançar no meio da rua vem do nada, em que o sorriso é peça presente todos os dias em seu figurino. Mas ainda necessitava de saber se aquilo tudo que sentia era correspondido. Queria saber se ela partilhava aqueles mesmos sentimentos com ele. Isso ainda deixava a garota vestida com uma armadura, com medo de que com esse, que ela acreditava que fosse diferente dos outros, se mostrasse o pior de todos que ela já havia se envolvido.
domingo, 3 de junho de 2012
Só uma.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Inércia
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